Título: Propriedades imunomoduladoras e mecanismos de reconhecimento e ativação celular da lisofosfatidilcolina (LPC) de Schistosoma mansoni em macrófagos.
Aluno(a): Leonardo Santos de Assuncao
Orientador(es): Profa Patricia Torres Bozza Viola
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A esquistossomose mansônica, endemia parasitária típica das Américas, Ásia e África, é causada pela infecção de trematódeos da espécie Schistosoma mansoni. A infecção por este trematódeo induz no hospedeiro a formação de granulomas e uma potente polarização da resposta imune para o tipo Th2. A infecção prolongada também pode levar as células do sistema imune inato à um perfil regulador da inflamação. Os helmintos podem ser apresentados em diferentes estágios do seu ciclo de vida dentro de um hospedeiro humano, e cada estágio do desenvolvimento pode apresentar diferentes combinações de moléculas de superfície reconhecidas de diferentes formas pelo hospedeiro. Estudos recentes do nosso grupo demonstraram que lipídeos de S. mansoni, incluindo a lisofosfatidilcolina, possuem papel importante na indução da produção de mediadores inflamatórios em macrófagos. No presente trabalho investigamos o papel dos lipídeos de Schistosoma mansoni, em especial a LPC, na regulação do perfil de ativação de macrófagos e os possíveis mecanismos envolvidos neste processo. Demonstramos que a lisofosfatidilcolina (LPC) esquistossomal é capaz de polarizar os macrófagos para um perfil do tipo M2. Observamos que dentre as demais frações lipídicas esquistossomais, a LPC foi a única capaz de induzir a expressão de marcadores do tipo M2, como Arginase-1, e que isso ocorre de maneira dependente da ativação de PPARγ. A LPC não induz aumento na produção de óxido nítrico (NO) em macrófagos, e em altas concentrações foi capaz de inibir a indução de NO gerada por LPS. Além disso, observamos que a LPC esquistossomal induz migração celular e polarização de macrófagos in vivo e estimula a formação de corpúsculos lipídicos em macrófagos peritoneais in vitro. Observamos também que a LPC induz a biogênese de corpúsculos lipídicos de maneira dependente de PPARγ e TLR2. Em conjunto, esses resultados demonstram um papel importante da LPC esquistossomal em ativar macrófagos para um perfil do tipo M2, com formação de corpúsculos lipídicos, através de mecanismos dependentes de PPARγ.
Palavras-chave: Schistosoma; Macrófago; Lipídeo, M2;PPAR; Lisofosfatidilcolina
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Schistosomiasis mansoni, parasitic endemic typical of the Americas, Asia and Africa, is caused by the infection of Schistosoma mansoni trematodes. Infection by this trematode induces the formation of granulomas in the host and a potent polarization of the immune response to the Th2 type. Prolonged infection can also lead to the modulation of cells of the innate immune system to a profile that regulates inflammation. Helminths may be presented at different stages of their life cycle within a human host, and each stage of development may present different combinations of glycoconjugates recognized in different ways by the host. Recent studies in our group have demonstrated that S. mansoni lipids, including lysophosphatidylcholine, play an important role in inducing the production of inflammatory mediators in macrophages. In the present work we investigated the role of Schistosoma mansoni lipids, especially LPC, in the activation profile of macrophages and the possible mechanisms involved in this process. We have demonstrated that schistosomic lysophosphatidylcholine (LPC) is able to polarize macrophages to an M2-like profile. We observed that among the other schistosomic lipid fractions, LPC was the only one capable of inducing the expression of M2-like markers, such as Arginase-1, and that this occurs in a manner dependent on the activation of PPARγ. LPC did not induce an increase in the production of nitric oxide (NO) in macrophages, and in high concentrations it was able to inhibit the induction of NO generated by LPS. In addition, we observed that schistosomic LPC induces cell migration and macrophage polarization in vivo and stimulates the formation of lipid corpuscles in peritoneal macrophages in vitro. We also observed that LPC induces lipid body biogenesis in a manner dependent on PPARγ and TLR2. Taken together, these results demonstrate an important role of schistosomic LPC in activating macrophages to an M2-like profile, with formation of lipid bodies, through PPARγ-dependent mechanisms.
Keywords: Schistosomiasis; Macrophages; M2; PPAR; Lipds; Lysophosphatidylcholine